segunda-feira, 20 de abril de 2009

VÍBORAS

Como vencer estas víboras, que se enlaçam escamosas pelas caudas? Talvez guardem acessos seculares a tesouros e ciências. Talvez apenas promessas esquecidas em baús cobertos de memórias. Devo empunhar a adaga e degolá-las, correr o risco para talvez se ver o nada? Dentro destas galerias, rezo encontrar o escape, embora somente penhascos tenha visto. Convivo com estranhas sombras, das quais procuro um rosto sem saber dos traços. Ontem se inicia sempre no mesmo ontem, de forma que paralíticos são os relógios que aqui se encontram. Pergunto se dentro de mim ainda há uma fuga. Mas como vencer estas víboras, que se enlaçam escamosas pelas caudas? Acima de tudo, um estranho tudo vê, com olhos de ventania. Escondo-me entre brechas de pensamento, talhadas em rochedos ardilosos. Onde repousam as sementes prometidas, que ornarão meus precipícios?


(clicar em desenho)


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