quinta-feira, 11 de outubro de 2012

guelras










te vejo
como oceano
e nada alcanço se não 
a superfície que espelha
sol e barcos


me escapam os corais
seus aquários luzentes 
onde segredos trafegam
na fuga dos polvos
seus tentáculos


o que reside
em teus abismos?

tuas marés:
efeitos da lua
dos relevos abaixo? 

tuas correntes dispersam
nichos ou fecundam
fêmeas machos?


quisera saber de tua atlantis
teus papiros cítaras 
quietas 


mas nada me cabe a não ser
estas ondas lascivas
derivas


e se me afogo nas águas rasas
não mereço ainda
as guelras



terça-feira, 2 de outubro de 2012

aqui




sempre morro
ao meio

ao longe uma criança acena
convoca  meus cavalos que tropeçam
covardes silentes
amargos


almejo a nobreza
do ponto que encerra
reticências vírgulas


estou onde me escapa
o senso da partida mas não
alcanço um suspiro
nenhum sinal


aqui não há o migrar das aves
e por onde passo há pedras
que reconheço


e com as quais compartilho
uma vida mineral