Às vezes, chega chutando portas
outras como pluma, caindo
em meia-lua. Quase sempre avisa.
Mas é preciso bons ouvidos,
tímpanos que ouçam para
dentro da aorta.
Quando não, são águas no
pescoço,
ou quem sabe, a luz de um
parto.
Tem gente que o chama em
sussurros, preces, até aos
berros.
Tem gente que o espanta, com
medo do estrago.
Alguns são para sempre e
fincam sementes. Outros
são
para sempre momentaneamente.
Tem ventania e tempestade,
enseadas
e oceanos, doces e
salgados.
Aqueles que acontecem
entre paredes,
aqueles que lotam
estádios. Uns vem
com chicote e algemas, assim
como
há os de flores e poemas.
Alguns seguem em frente,
outros para trás.
Alguns exigem tudo,
outros nada mais.